A Microsoft
ajudou o governo dos Estados Unidos a interceptar os dados de usuários
de seus serviços na internet, segundo informou reportagem publicada
nesta quinta-feira (11) pelo jornal britânico “The Guardian”.
O esforço da companhia compreendeu, inclusive, um auxílio para
quebrar a criptografia (embaralhamento de código) de seus serviços na internet, de acordo com documentos vazados pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden, que trabalha para a Agência de Segurança Naciona (NSA, na sigla em inglês), responsável por programas de espionagem.
Em junho, o "Guardian" e o "The Washington Post" revelaram que a
NSA mantém um programa de espionagem on-line chamado Prism, que
monitora a troca de dados feitas pelos serviços na web de Apple , AOL,
Facebook, Google, Microsoft, Yahoo!, Skype, YouTube e Paltalk.
A ajuda da Microsoft ocorreu porque a Agencia de Segurança Nacional
não havia conseguido interceptar os chats na web no novo portal
Outlook.com, que substituiu o site Hotmail.
Os e-mails trocados pelos usuários não eram problema, porque a NSA
tinha acesso a uma versão deles antes de serem criptografados. As
preocupações da agência em conseguir acessar os dados no novo portal
começaram ainda quando a Microsoft testava o novo portal, em julho de
2012. O novo portal foi lançado em fevereiro de 2013.
Por conta da dificuldade, a companhia passou a trabalhar com a polícia federal dos EUA (FBI) para quebrar a criptografia dos chats.
A Microsoft afirmou, por meio de comunicado, que “quando atualiza
ou melhora seus produtos não se isenta de precisar cumprir com
existentes ou futuras demandas legais”.
A companhia alegou que cedeu dados de consumidores “apenas em
resposta às demandas governamentais e sempre os cumpriu apenas com
ordens ou pedidos sobre contas e identidades específicas”.
A colaboração não se limitou ao Outlook. A Microsoft trabalhou com
o FBI também para permitir à NSA acesso facilitado ao seu serviço de
armazenamento SkyDrive, que possui 250 milhões de usuários.
Decisões secretas permitiram à NSA coletar dados de internautas sem
mandados judiciais individuais, desde que seus alvos não fossem
cidadãos norte-americanos e não estivessem dentro do território dos EUA.
No entanto, os documentos revelados pelo "Guardian", mostram que
informações captadas pelo Prism eram compartilhados com o FBI e a CIA,
serviço secreto dos EUA.
As empresas de tecnologia pressionam o governo dos EUA para que
revelem em que nível ocorreram suas colaborações a programas de
espionagem. O objetivo é mostrar aos usuários de seus serviços que
houve preocupação em cumprir as políticas de privacidade. A Microsoft e
outras empresas envolvidas negaram dar acesso aos seus servidores.
Veja a nota da Microsoft na íntegra:
“Nós temos claros princípios que guiam a resposta de toda a
companhia em relação às demandas governamentais por informação de
consumidores tanto via pedidos judiciais quanto por motivos de
segurança nacional.
Primeiro, nós levamos muito a sério nossos
compromissos com nossos clientes e a aderência com a aplicação de leis,
por isso cedemos dados de consumidores apenas em resposta a processos
legais. Segundo, nosso time examina todas as demandas de perto, e nós
as rejeitamos se acreditamos que não sejam válidas. Terceiro, apenas
atendemos pedidos sobre contas e identidades específicas, e não
responderíamos ao tipo de requisição discutida na imprensa ao longo das
últimas semanas. Para ser bem claro, a Microsoft não cede a nenhum
governo cobertura ou acesso direto ao SkyDrive, Outlook.com, Skype ou
qualquer de nossos produtos.
Finalmente, quando atualizamos ou melhoramos produtos,
obrigações legais, em certas circunstancias, requerem que nós
mantenhamos a possibilidade de prover informação em resposta a pedidos
legais ou mediante requisição em nome da segurança nacional. Existem
aspectos nesse debate que gostaríamos de discutir mais abertamente. É
por isso que solicitamos transparência adicional que pudesse ajudar
todos a entender e debater esse importante assunto."
código) de seus serviços na
internet, de acordo com documentos vazados pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden, que trabalha para a Agência de Segurança Naciona (NSA, na sigla em inglês), responsável por programas de espionagem.
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